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O retorno da volta


Por Erika Romano, nutricionista

Ao abrir os olhos, parece que ainda vivemos num filme de ficção científica.  Os números de casos do COVID-19 ainda são bastante alarmantes, mas as ruas voltam a ter sua circulação próxima ao normal. No embate economia X política X saúde, a população dança ao som de uma música estranha, de olhos vendados rende ao precipício.

Ao abrir a porta para o novo normal, ele envolve entre outros, manter o distanciamento, usar a máscara e o álcool gel. Mas para muitos, o normal é semelhante ao período que antecede a pandemia. Não é raro ver pessoas sem máscara e sem respeito ao distanciamento, circulando tranquilamente em áreas públicas. É necessária a conscientização da manutenção dos cuidados diante a volta da rotina diária.

Esse estilo dicotomizado de pensamento me faz lembrar o “tudo ou nada”; o “solto ou preso”, o “faço ou não faço”. Poderíamos fazer uma analogia a prática de dieta. Ou “sigo à risca” ou “enfio o pé na jaca”. Extremos muitas vezes não são a melhor escolha…uma boa relação com a comida e corpo envolve a mudança no estilo de vida; adotar uma prática prazerosa de movimentar o corpo e comer normal, conectado com seu corpo, sua história e suas necessidades. Comer normal deveria virar o novo normal, aproveitar as reflexões sobre a pandemia para que pudéssemos melhorar nossa relação com o corpo e comida, mantendo e adotando esses cuidados para a vida toda. Num momento de reclusão, necessidades vitais vem à tona fazendo questionar a veracidade de vários padrões, tais como estéticos, reposicionando valor e lugar no podium de suas prioridades.

Ao abrir a mente, a verdade é que não é fácil pensar diferente, não é um processo simples.  A mudança de comportamento deve ser trabalhada compreendendo o valor e o porquê da mudança. Aprender a caminhar no caminho do meio traz mais flexibilidade para atravessar os sabores e dissabores da vida, mais tolerância com você e respeito consigo e com o próximo. E com esse olhar de gentileza e respeito, poderemos aos poucos retornar as nossas vidas – que já não são as mesmas.

 



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