Por Maria Luiza Petty, nutricionista
Mais um ano novo se inicia e seguimos com velhos desafios. Um deles, muito importante, é como nós, nutricionistas, podemos contribuir para que as crianças comam alimentos variados e que são importantes para a saúde.
Quando penso em atividades de educação nutricional em escolas, logo me vem à cabeça a imagem da pirâmide alimentar e um monte de crianças identificando os andares onde cada tipo de alimento deve ficar. Eu mesma, quando estava em estágio curricular, participei da elaboração de atividades informativas, como ensinar a função dos nutrientes e explicar os riscos de comer certos alimentos em exagero.
Mas será que educação nutricional é só isso? Ou mais, será que este tipo de informação resulta em melhora dos hábitos alimentares das pessoas?
Vamos pensar um pouco. Nunca na história da humanidade houve tanta disponibilidade de informação sobre nutrição e saúde e apesar disso, nunca tivemos taxas tão alarmantes de excesso de peso e doenças associadas. Então será que informar as pessoas sobre nutrição deve ser o único caminho para ajudá-las a comer melhor?
Se fizermos uma análise sobre os motivos da escolha alimentar, observaremos que uma série de outros fatores, além do conhecimento nutricional, influenciam o que decidimos comer. Gostar é sem dúvida um dos principais.
As crianças comem o que gostam dentro das opções que lhe são disponíveis, portanto quanto mais alimentos elas gostarem, maior será a chance de elas terem uma alimentação variada e saudável.
Então, pensar em atividades que tenham como objetivo aumentar a preferência pelo que se deve comer pode ser essencial para vencermos a batalha por uma alimentação saudável. O ano novo chegou! Que tal a partir de agora deixarmos um pouco de lado nosso velho hábito de informar a importância dos nutrientes e passarmos a promover as delícias dos alimentos.