Por Ester Soares Paulino, nutricionista (de roupa limpa e cabelo lavado)
Que pré-requisito é esse?
Minha bisavó, Dona Ló, diria: roupa limpa, cabelo penteado. Óbvio! Isso não aparece mais tão explícito (não?) em entrevistas de emprego, por exemplo. Mas quem nunca experimentou ou acompanhou a saga de alguém ter que ?perder peso urgente??
Festa de 15 anos, casamento, emprego, namorado novo e dá-lhe dieta: da melancia, da lua, do abacaxi. Isso é mesmo um abacaxi!
Sim, porque ao que parece, boa aparência está intrinsecamente ligada a peso corporal. Você é magra: boa aparência. Não? Sorry!
O Brasil é considerado, segundo pesquisas, um país vaidoso. Sim, pesquisas! E elas apontam que a aparência física ?afeta os rendimentos das pessoas com má características?! Quais os critérios para essa tal aparência física , que naturalmente não são os da minha bisa? Peso é o primeirão!
Desde a década de 70 a participação feminina no mercado de trabalho saltou de 11% para 42% até 2001. E a cultura da boa aparência esqueceu o óbvio e tratou de programar novos critérios: Ser magro = Sucesso.
?A aparência não substitui a competência, mas a competência pode se beneficiar da boa
aparência.? Sério?
Se para minha bisa, boa aparência era algo tão óbvio, porque não olhamos nosso comportamento alimentar também desta forma? Qual a dificuldade de entender o óbvio? Ok! Ok! É simples para um nutricionista, este é meu requisito básico! Pode ser se olharmos apenas e unicamente a esfera conhecida e estimada: Reeducação Alimentar.
Confesso: não gosto desta expressão, não mesmo! Eu estou falando de viver bem no seu meio e a dificuldade de entender o óbvio (intuição?). Viver com equilíbrio. O prazer não é sinônimo de exagero.
Em seu livro, ?Intuitive Eating?, as autoras Evelyn Tribole e Elyse Resch reforçam alguns princípios básicos conhecidos em uma livre tradução, por Princípios do Comer Intuitivo, mas tão básicos que são óbvios. E tão desprezados. Minha bisa não entenderia.
Vou enumerá-los. Eles por si só já dizem tudo! Aqui mesmo, neste blog, já foram bastante comentados:
1. Rejeite a mentalidade de dieta
2. Honre sua fome
3. Faça as pazes com a comida
4. Desafie o policial da comida
5. Respeite sua saciedade
6. Descubra um momento de satisfação
7. Honre seus sentimentos sem utilizar-se da comida
8. Respeite seu corpo e aceite sua genética
9. Exercite-se
10. Honre sua saúde
Óbvio é o bom senso ou vice-versa, mas parece tão difícil de encaixar no dia a dia da grande maioria!
Ah! Esqueci! E a competência, criatividade, estudo? Onde fica nisso tudo?
Leia mais: ?Intuitive Eating?, de Evelyn Tribole e Elyse Resch