Por Sophie Deram, nutricionista
Essa semana foi a semana da conscientizaçaõ sobre transtornos alimentares nos EUA, com o tema “Everybody Knows Somebody” (“Todo Mundo Conhece Alguém”).
E se este alguém fosse seu filho ou sua filha?
Antigamente, acreditava-se que os transtornos alimentares só aconteciam com “uma menina adolescente “. Isto não é mais o caso. Mais homens e meninos, assim como crianças cada vez mais jovens, estão procurando tratamento para dificuldades ou transtornos alimentares.
No meu consultório, estão vindo cada vez mais jovens e ouço muitas historias de pacientes ou amigos engajados em dietas radicais, jejum, vômito auto-induzido ou tomando pílulas de dieta ou laxantes. Ainda mais assustador é o fato de que meninas cada vez mais jovens estão ficando preocupadas com o corpo e dizendo que querem ser mais magras. Em vez de brincar ou se concentrar na escola, as crianças estão agora preocupadas com a contagem de calorias. Esta preocupação não é nada saudável!
Os pais devem educar-se sobre os transtornos alimentares e os problemas de imagem corporal e identificar possíveis sinais de alerta para a presença de um transtorno alimentar em sua criança ou adolescente. Da mesma maneira, se um dos pais sofre com um problema do comportamento alimentar é recomendado que procure ajuda para não criar filhos num ambiente distorcido com a comida.
Eu escuto muito esta pergunta: ?Quando vou saber que preciso me preocupar?? A maioria das pessoas hoje estão “conscientes” dos transtornos alimentares existentes. Também sabem o básico de “prevenção” (ou seja, não enfatizar o peso e a aparência, não ficar obcecado com seu próprio peso na frente dos filhos), mas como podem identificar um risco de transtorno alimentar? Como saber se a dificuldade alimentar do seu filho é normal pela faixa etária ou realmente é preocupante?
Aqui estão alguns sinais de que seu filho pode ter um transtorno alimentar:
? perda de peso rapida ou flutuações drásticas de peso
? preocupação com o peso, alimentos, rótulos dos alimentos e dietas
? evita refeições e situações que envolvam alimentos
? ingestão excessiva de líquidos ou negação de fome
? atividade física excessiva ou muito rígida
? isolamento dos amigos e das atividades usuais
? mudança no estilo de se vestir, como excesso de roupas para cobrir o corpo ou roupas reveladoras para ostentar a perda de peso
? vômitos auto-induzidos ou abuso de laxantes, diuréticos ou pílulas dietéticas
Se você suspeita que seu filho pode ter uma dificuldade alimentar, tente iniciar uma conversa. Evite fazer acusações e comece fazendo perguntas abertas como: ?eu notei que você não tem comido sobremesa recentemente. Há uma razão para você estar fazendo isso?” Pergunte o que está acontecendo e não tenha medo de falar. Às vezes, os adolescentes vão pensar ?Ninguém notou nada, então eu devo ficar bem.”
Seja solidário e apoie seu filho.
Se for difícil comunicar-se com seu filho, tente perguntar aos amigos dele. Os amigos são sempre os primeiros a saber quando há um problema.
Seja firme. Se você está preocupado com a saúde do seu filho e pensa que ele ou ela precisa ver um médico, diga-lhe o que vai acontecer: “esta manhã nós vamos conversar com um médico sobre a sua saúde.”
Intervir o mais cedo possível com um profissional especializado e procurar um tratamento ajuda seu filho a se recuperar mais rapido. Transtornos alimentares são doenças mentais complexas decorrentes de uma variedade de fatores contribuintes, não são a culpa de ninguem. Ser capaz de reconhecer os sinais de alerta e se tornar uma parte ativa do tratamento ajudará a fornecer um ambiente propício para o processo de recuperação. É cada vez mais notável a importancia da ajuda da familia neste processo, e quanto mais cedo a intervenção, melhor o prognóstico.
Da mesma maneira, se você notar que um amigo do seu filho está perdendo muito peso ou não tem um comportamento adequado, fale com seus pais, eles podem não ter notado ainda.