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Detox digital para melhorar sua autoestima?


por Rogéria Taragano, psicóloga clínica

Sabe aquele amigo querido que você não arruma tempo para encontrar? Aquele livro que você comprou achando que iria devorar e não abriu ainda?  Você já descobriu o que tem colocado no lugar de coisas deste tipo? Em que você está gastando seu tempo e energia?

Nós psicólogos comprovamos diariamente, na prática clínica, o quanto pessoas diferentes reagem diferentemente a estímulos iguais. O que impacta um não necessariamente afeta ou incomoda o outro. Temos mapas mentais únicos, configurados ao longo dos anos por histórias de vida particulares.  Mas é fato que hoje estamos, mais do que nunca, expostos a inúmeros estímulos, por meio da tecnologia, que podem nos levar a uma fadiga digital (para falar o mínimo). É claro que mantemos o direito de optar pelo que e quanto “consumir” desta cultura digital e como queremos nos expor a ela, assim como fazemos no mundo real. Mas é bom lembrar que, às vezes, agimos “no piloto automático” …

Ouço frequentemente relatos envergonhados, de alguns pacientes, sobre o quanto acumulam de angústias por se compararem, frequentemente, com irmãos, pais, amigos, pessoas que admiram (demais).  O que poderia ser motivo de estímulo para alguns, pode desencadear, em pessoas mais vulneráveis, sentimentos de incompetência e inadequação. Tais comparações são hoje mediadas e extrapoladas pelo uso intenso e irrefletido das redes sociais.

Meu ponto para reflexão aqui, diz respeito ao quanto atualmente problemas de baixa autoestima, como este acima, podem ser (e em minha opinião estão sendo) acentuados pelo excesso de comparações que algumas pessoas fazem entre sua vida real e a vida virtual de outros, entre as conquistas ou “frustrações” reais e as “vitórias virtuais”, entre os corpos verdadeiros e os “formatados”. Sinto que esta discussão já virou até lugar comum para alguns, mas ainda não gerou mudança de comportamento para muitos. Lembro que qualquer comparação com o outro é incorreta, pois não somos o outro, não “funcionamos como o outro” (e que bom!). Somos únicos. Então, endosso a corrente que já prega os benefícios de um certo “detox digital”, de uma “dieta tecnológica”, com um uso parcimonioso e crítico. Seja em relação ao noticiário político, ao consumismo, aos acontecimentos diários, ao mundo das celebridades, ao excesso de informação, às comparações em geral (mesmo as politicamente “mais corretas”: quantos livros li”). Enfim: que tal pensar no efeito que tantos estímulos têm causado em você? No quanto você tem focado no mundo externo alheio em detrimento do que acontece dentro de você ou no que se passa com quem está ao seu lado.  Quanto de sua “sanidade mental”, humor e até autoestima estão sendo negativamente impactados pelo que vê? Lê? “Segue”? Sem demonizar a tecnologia, que tal mantermos um olhar e postura críticos quanto à maneira pela qual a utilizamos e ao quanto estamos abdicando de outras formas de prazer, de vida, de satisfação e de ação ao ficarmos passivamente assistindo as várias telinhas… Assim como para outras “tentações” a sugestão é:  aprecie com moderação 😊

 



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