Por Manuela Capezzuto, nutricionista
Presenciamos a ascensão e queda de modas que vieram fortes, mas que, ao longo do tempo, foram esquecidas. Quem não lembra do boom da paleta mexicana, da febre do cupcake, das alças de sutiã de silicone e da pulseira amarela da Nike? Esses exemplos foram levantados entre um grupo de amigas do WhatsApp e talvez façam mais sentido para os paulistanos.
Evidentemente a moda de roupas/acessórios precisa sempre se reinventar já que a roda do mercado não pode parar; a novidade e a criação de necessidades é o que movimenta dinheiro.
Já o estranho exemplo da paleta mexicana, que é um baita sorvete grande, geralmente recheado e muito caro, não ganhou mesmo o coração dos brasileiros – tanto é que seis de cada dez franquias fecharam as portas, segundo matéria da Uol de agosto de 2016. Financeiramente não fazia mesmo muito sentido pagar tão caro por um picolé.
Mas afinal de contas, o que as modas que passaram têm a ver com o blog do Genta? Um estudo realizado pela organização não governamental Avaaz em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) descobriu que dois dos maiores sites brasileiros divulgadores de notícias falsas sobre saúde, tem por trás um comércio de produtos naturais com lojas física e online.
Entre 2014 e 2019, oito sites foram analisados que divulgaram, juntos, 1613 notícias falsas ou imprecisas sobre saúde, tendo sido compartilhadas 489 mil vezes no Facebook, de acordo com estimativa do estudo. Entre as informações (sem embasamento científico) estão: fake news relacionando a vacina tríplice viral à ocorrência de autismo e questionando a segurança da imunização contra HPV. Ao mesmo tempo vendem supostas curas milagrosas e consultas.
Aqui é importante estar muito claro que tratamentos não tradicionais são bem-vindos e tem seu papel fundamental na medicina integrativa, mas a partir do momento que usam de informações falsas para vender o seu peixe perdem o seu valor.
O ministério da saúde, com o intuito de combater as fake news na saúde, disponibilizou um número de WhatsApp para confirmação de informações recebidas, de forma gratuita. Qualquer pessoa, pode enviar textos ou imagens que tenha recebido das redes sociais para checar sua veracidade. As informações recebidas são apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira. O número é (61)99289-4640.
Talvez a moda das fake news realmente demore para passar – já que é bem rentável, dribla os algoritmos mais complexos e mirabolantes e quando a peteca está para cair, se reinventa de outras maneiras, com outras caras. Não quero parecer um disco arranhado – já que falar sobre o assunto não é novidade por aqui – mas sinto que as pessoas precisam ser continuamente lembradas que milagres não existem. A humanidade clama pela panaceia que cure nossas tantas questões, mas será que algum dia o elixir da longa vida será descoberto?
Fontes: