Por Pedro Henrique Berbert de Carvalho, Educador Físico
Sabemos que a preocupação com a aparência física é algo frequente em nossa sociedade. Também reconhecemos que a insatisfação “normativa” em relação ao peso e a aparência física tem a capacidade de trazer profundos prejuízos às nossas vidas. Depressão, baixa autoestima, relação disfuncional com a prática de exercícios físicos e psicopatologias como os transtornos alimentares, são apenas alguns exemplos. Muitos outros poderiam ser listados.
A pergunta que fica é: Neste contexto sociocultural em que vivemos, qual a meta de corpo que devemos seguir? Para alguns, infelizmente, está claro e muito bem internalizado. Mulheres devem ser magras e definidas. Homens devem ser musculosos e definidos.
Felizmente para outros o discurso pode ser mudado. Sabemos que o corpo humano foi desenvolvido, criado, adaptado para se movimentar. Para andar, correr, escalar, rolar. Enfim, para se movimentar. Nosso corpo é o lugar de ser no mundo. Assim, sua função básica é interagir com o ambiente com os demais seres. É aí que entra a segunda opção de resposta à pergunta anterior: – A meta de corpo que devemos seguir é de um corpo FUNCIONALl!
O corpo funcional é aquele que é capaz de realizar atividades de vida diária. Que te possibilita estar entre amigos, familiares e conhecidos. Que levanta todo dia e te leva para os mais variados espaços. Funcionalidade é a capacidade de estar articulado e bem adaptado ao meio e aos demais.
Indivíduos insatisfeitos com seu corpo tendem a se sentirem isolados, não adequados ao contexto de aparência física ideal, e por isso, DISfuncionais! O corpo funcional é aquele que respeita suas individualidades, que escuta as demandas corporais e que nega padrões impostos na atualidade.
Muitos estão insatisfeitos com o próprio corpo devido ao fato de não possuírem atributos corporais desejados. Esqueça isso. Eu amo minhas pernas porque elas me permitem correr, ser livre e visitar lugares nunca antes vistos ou mesmo, porque me levam para caminhar com meu cachorro. Meus braços são lindos porque me permitem pegar meu filho no colo, me auxiliam a carregar sacolas. Minhas mãos são belas pois me outorgam a escolha de acarinhar minha esposa ou meus pais. Meu corpo é belo porque ele é funcional!
Por tudo isso eu afirmo. Se meu corpo é funcional…”tá” legal!