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Minha declaração de amor às frutas


Por Maria Luiza Petty, nutricionista

Queria ser poeta para descrever em palavras a beleza, a riqueza, a delicadeza, o perfume, o sabor e alegria das frutas.

Banana. Quantos tipos têm? Prata, ouro, maçã, nanica, da terra. São as que eu conheço. A banana nanica é grande. Mas a prata tem o nome perfeito, já que vem em segundo lugar no pódio das gostosuras. Perde mesmo pra ouro, que é tão deliciosa e tão difícil de achar, que só podia ter nome de metal nobre.Banana da terra é fruta de gente grande, se come com peixe, tem um sabor tão perfeito, que combina com arroz, feijão e até tomate.

Laranja. São inúmeras. Laranja lima, bem docinha pro bebê. Laranja pêra descascada de uma só vez, como meu avô conseguia e eu não. Aquele cheirinho de laranja pêra dá água na boca. Se cortar em quatro, dá pra tirar a casca e mastigar a fruta que normalmente só aparece como líquido.

Maçã. Ô frutinha sem graça. Tem quem ame. Argentina, esfarelenta, nem a Branca de Neve deve gostar. Maçã Fuji sim! Solta um caldinho ácido, faz a boca salivar. A cada mordida, um som delicioso se ouve e a boca se enche de suco. A maçã verde é perigosa. É bela e cheirosa, mas corta a boca da moça que não tolera o azedo.

Mamão. Tem o papaia e o formosa. O pequenino é doce, escorre pela boca, é quase um carinho pra língua. O grandão é firme, fruta de adulto, dá até pra cortar em pedaços e fazer espetinho.

Abacaxiiiiiiiiii. A boca enche de água só de pensar. Que perfeição é essa fruta. Doce e ácida. Suculenta, cheirosa. Miolo durinho, cheio de fibras. Mas não se deve exagerar, se não a boca vai chorar.

Figo. Que fruta mais desbundante! Que cor maravilhosa, que textura incrível. A Rose, que trabalhava na cozinha da escola, dizia que parecia cheio de bichinhos e não tinha coragem de comer. Coitada da Rose, perdeu uma das delícias do mundo. As sementinhas fazem um “creque creque” enquanto o perfume do figo me preenche. Será que pode comer a casca? Eu sempre como, mas tenho medo de um pó branco que parece fungo ou agrotóxico.

Caqui. Moleza é sua descrição. Como uma fruta pode ser tão mole e doce? Só consigo respeitá-la porque é uma das únicas 3 frutas que meu pai gosta. Caqui chocolate? Até vai…

Pêssego. Me dá uma caixa de pêssego firme e rosado e não preciso de mais nada. Fruta engraçada, toda peluda, parece que é macia, mas se você passar muito a mão, sai cheio de farpinha. Tem que lavar e abocanhar. Como são lindos os pêssegos! Mas não dá pra comer um só, tem que ser três de uma vez.

Manga. Se uma manga já é um presente dos deuses, o que podemos dizer dos mais de dez tipos que existem? Pra comer manga, tem que descascar tudo e ter coragem. Não vale comer manga de garfo. Tem que morder e se lambuzar inteiro. O caldo doce e perfumado que sai dela é um presente pra pele que fica melada.

Kiwi. Fruta requintada. Aquele verde maravilhoso sai de dentro da casca marrom horrorosa como um tesouro. Ele é macio e ácido, cheio de pontinhos que parecem lindos olhos verdes. Se cortar ao meio, da pra comer de colherzinha, nem precisa descascar.

Melão. Melão caipira, doce e laranja, pra comer no interior. Minha avó cortava em cubinhos e servia geladinho na tigela de sobremesa. Melão amarelo. Difícil achar um que preste em São Paulo. Fruta pesada, bonita, mas não anima nem a noiva no dia do casamento.

Jaboticaba. Explosão de sabores e texturas. Morde a casca fina, sai um caldo doce e uma polpa macia. Se morder a casca, a satisfação é completa, vem um gosto azedo e amargo para balancear o que se sentia antes e ficar com gosto de quero mais. Como é linda uma jaboticaba, parece um olho de criança curiosa.

Caju. Resolveram colocar adstringência no caju, se não ninguém faria mais nada na vida a não ser comê-lo. Como pode uma fruta ser tão linda e tão cheirosa? Mas basta uma abocanhada para o susto! Comer sua polpa é pra poucos. Eu não encaro! Só com muita cachaça e açúcar, hummm.

Mexerica poncan é a minha preferida. Às vezes surgem umas pequeninas e deliciosas também. Fruta perfeita para o frio. Jeito gostoso de molhar a boca. É uma fruta descarada. Sua casca solta um cheiro que impregna na mão e eu adoro. Quando começo a abrir, logo vem os olhares curiosos dos outros atrás de mim. O mesmo vale pra goiaba. À primeira mordida ela já se denuncia. A goiaba é suculenta, maravilhosa. Se ainda não estiver madura, pode ser comida com sal. Branca ou vermelha, as duas são perfeitas, mas a branca tem mais valor porque é difícil de achar. Há quem diga que tem mais bicho. Mas como dizem por aí, bicho que se alimenta de goiaba, é goiaba, então pronto, é só não procurar.

Melancia. Pepino em forma de fruta. Só gosto em churrasco, no calorzão, ela desce redonda. Um dos melhores passa-tempos é cuspir caroço de melancia. Que saudades, onde vou poder fazer isso de novo?

Pêra. Não merece muitas palavras, coitadinha. Suas pedrinhas dão uma textura gostosinha, mas não consigo me apaixonar por pêras.

Morangos. Os coitados de São Paulo incharam tanto que o sabor tá difícil de achar. Se jogá-los na palena com açúcar, o cheiro inunda a casa de tanto prazer.

Pinha/fruta do conde: leite condensado áspero em forma de fruta. Cuspir caroço de pinha: outro passa-tempo divertido e saboroso.

Ameixa, coco, nectarina, nêspera, maracujá, acerola, uvas, cereja, jaca, pitanga, amora, limão.

Certamente estou esquecendo de dezenas de frutas que mereceriam minha homenagem aqui, por isso abro espaço para quem quiser dizer algumas palavrinhas. Obviamente as palavras estimulam, mas não proporcionam o real prazer que as frutas dão. Então, bora pra feira!!!



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