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Minha promessa de fim de ano!


Fonte da imagem: http://www.caminhodovinho.tur.br

Por Juliana Bergamo, nutricionista

Chegamos ao mês de dezembro e com ele a sensação de que mais um ano se conclui e um novo ciclo se iniciará em breve. Também é aquele momento de revisitar o que foi vivido ou deixado para depois, de começarmos a pensar nas festas e com elas, a mesa cheia de comidas saborosas a serem compartilhadas junto com pessoas que amamos. Toda essa atmosfera me inspirou a fazer uma promessa de fim de ano muito especial. Uma promessa que passa não apenas pelo campo pessoal, mas também pelo profissional. De agora em diante prometo, de todo coração, defender o resgate da regularidade das refeições em família, encontrando meios para fazer desses momentos situações prazerosas e com qualidade. E te explico o porquê.

Alguns estudos identificaram o que nossos antepassados já sabiam: os benefícios da regularidade das refeições em família em vários aspectos da saúde na infância. Crianças e adolescentes que comem regularmente com suas famílias apresentam menos uso de álcool, tabaco, violência, gestação na adolescência, abandono escolar, depressão, episódios de compulsão alimentar e comportamentos de risco para transtornos alimentares. Além disso, a regularidade em comer junto está associada a uma alimentação de melhor qualidade, com maior oferta de alimentos frescos e variados. Se você gasta tempo e energia para encontrar formas de proteger a saúde das crianças, saiba que refeições em família têm mais a fazer pelos nossos filhos do que qualquer outro tipo de intervenção: crianças que comem regularmente com sua família tem melhor prognóstico nutricional, acadêmico, social e emocional.

Por esse motivo nasceu o “The Family Dinner Project”, projeto inspirador da Universidade de Harvard, que promove estratégias para motivar as famílias a resgatarem essa prática, que hoje em dia vem se perdendo em função do atual estilo de vida. Não é incomum as pessoas reclamarem de falta de tempo para preparar refeições, horários diferentes para comer entre as pessoas da família e uso de aparelhos eletrônicos durante as refeições fazendo desse momento uma experiência solitária e desconectada do que é essencial: a convivência.

Crianças e adolescentes precisam de conexões e sensação de importância para construção de sua autoestima. Neste sentido, sentar à mesa torna-se um momento de encontro e oportunidades para conversar sobre como foi o dia, essencial à sensação de pertencimento. É nesse momento que o comer transborda o aspecto nutricional da comida: passa a ter sabor, calor no coração e sentido.

Por todos esses motivos, como nutricionista que atende crianças e adolescentes, prometo lutar pelo resgate desse momento de convivência entre as famílias que eu atendo. Mas, principalmente como mãe prometo reservar tempo para dar oportunidade para esses encontros acontecerem, contribuindo para construir na memória do meu filho não apenas a formação do paladar, mas a certeza de que ele tem um lugar no mundo que é só dele, cheio de amor e respeito, que poderá recorrer sempre que a vida se mostrar difícil ou desafiadora.

Leia mais em:

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Satter E. Secrets of feeding a healthy Family. How to eat, how to raise good eaters,how to cook. Kelcy Press, Madison, USA, 2003.

Estima CCP, Leal GVS, Alvarenga M, Philippi ST. Comer em família: impacto no comportamento de crianças e adolescentes. In: Alvarega M, Scagliusi FB, Philippi ST. Nutrição e transtornos alimentares: avaliação e tratamento. Ed Manole, SP, 2011. p 211-219.



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