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O BBB, a Xepa e as Dietas


Pela nutricionista Ester Soares Paulino

 

BBB – Franquia reality Big Brother Brasil

Xepa – Resto de comida que não se consome. Final de feira. Comida ordinária*

 

A divisão dos cardápios no BBB é um ponto de tensão no jogo. A fome gera discussões.

Penso aqui: fome não é entretenimento.

 

No reality os confinados são separados em duas cozinhas: na VIP e na chamada Xepa – o que percebi, fora o desprezo por algumas iguarias, a quantidade é o que pega. Decerto alguns participantes se irritam com o alimento oferecido: arroz, feijão, lentilhas, rabada, fígado, bolachas salgadas, verduras e legumes.

 

Mas o que me chama a atenção nesta dinâmica é o comportamento dos confinados. Eles literalmente atacam as mesas nas festas. Os instantes iniciais dos eventos são de puro consumo. Também as ações promovidas pelos patrocinadores são um pulo ao exagero. Repito: não acho que mexer com o comportamento alimentar é entretenimento. Entendo a jogada: os humores se alteram na escassez de alimento. Há irritabilidade, ansiedade, enfim, o jogo acontece. Parece que os produtores entendem a dinâmica por trás dos hábitos alimentares.

 

Sabemos que dietas restritivas podem causar ansiedade e estresse, o que pode favorecer a compulsão alimentar. A monotonia também pode levar a um desequilíbrio, pois as pessoas tendem a comer maiores quantidades quanto menor a variedade à mesa. A privação e/ou escassez de comida podem causar sérios prejuízos. De olho no BBB, observo as queixas de constipação intestinal, sono, e a variação no humor dos brothers.

 

Estudos sugerem que a serotonina, um neurotransmissor do Sistema Nervoso Central é associado à sensação de bem-estar. Um plano alimentar de baixas calorias e reduzido em vitaminas e minerais afeta o nível de serotonina no cérebro de pessoas saudáveis.

 

O duelo Xepa x Festas é uma mostra, desnecessária, de como brincamos com coisa séria.

 

Leia mais:

 

*Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/xepa

 

Alvarenga Ms, Philippi St. Estrutura, padrão, consumo e atitude alimentar – conceitos e aplicações nos transtornos alimentares. In:Alvarenga MS, Scagliusi FB, Philippi ST (orgs.). Nutrição e transtornos alimentares – avaliação e tratamento. Barueri: Manole: 2011. p. 17 – 36.

 

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: MS. 2014.



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