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O peso não é um comportamento!


Por Ester Soares Paulino, nutricionista

Lendo esta notícia, deparei-me com algumas questões!

Vamos lá: a noticia está relacionada à utilização do IMC como ferramenta de prevenção à obesidade nas escolas. O centro de Prevenção e controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) reconhece que tal parâmetro não é uma forma eficaz de prevenção. Ao contrário, trata-se de um indicador inadequado de saúde, contribuindo para o aumento do estigma do peso e o aumento dos transtornos alimentares.

Fico satisfeita em ver autoridades comprometidas com o que realmente deve interessar à população: a implementação de melhores e mais eficientes formas de atenção aos cuidados primários de saúde.

Estes boletins de peso podem aumentar o assédio moral, difundido nas escolas. Habitualmente, estes exames são realizados em ambiente público onde as comparações são predominantes e os professores não monitoram a discriminação.

Vários trabalhos têm mostrado que medidas de IMC são mais prejudiciais do que úteis no ambiente escolar. Podem desencadear comportamentos alimentares desordenados após a triagem, tais como a compulsão alimentar. Ilustrando que vergonha e estigma não são maneiras de neutralizar a obesidade infantil.

Outro ponto: escola não é consultório médico. A Academia Americana de Pediatria (sim, eles se preocupam com prevenção) acredita que medidas de IMC devem ser realizadas por médicos de família, como parte de uma supervisão de saúde rotineira e normal. As escolas geralmente não contam com pessoal qualificado e experiente para abordar questões relacionadas a estigma do peso. Quais as garantias de que informações adequadas de prevenção serão dirigidas aos jovens e seus familiares após receberem o diagnóstico de alto IMC? A seleção se torna ineficiente se não houver informação e suporte de incentivos positivos.

Incentivos a uma alimentação saudável e à prática de atividades prazerosas são mais eficazes que controle do peso. Além disso, o foco na perda de peso é um dos principais contribuintes para desenvolvimento de transtornos alimentares.

 

Enfim, a preocupação das autoridades no link acima é proposta simples; um pequeno passo, nas palavras deles, e importante medida, na minha concepção, para a prevenção da obesidade. Reforça o que os estudos têm mostrado: focar no peso tem maior potencial de danos que benefícios no tratamento e prevenção da obesidade.



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