Por Ana Carolina Pereira Costa, nutricionista
Janeiro de 2019. Começou a estação do “vamos-tirar-do-papel-todas-as-resoluções-de-ano-novo”. Esse texto não tem nenhuma técnica inovadora ou passo a passo milagroso para que você finalmente tire seus objetivos do papel e os torne reais, mas espero promover algumas reflexões!
Quando criamos um objetivo ou uma meta de mudança de comportamento, é muito importante que se analisem três pontos: é específica, isto é, essa mudança realmente faz sentido para mim ou fará mais sentido para outras pessoas (meu médico, minha esposa, meu marido, meus amigos)? É mensurável, ou seja, consigo estabelecer uma quantidade/frequência/período (por exemplo: comer uma fruta todo dia pela manhã durante duas semanas X comer mais frutas)? E o ponto mais importante: a mudança é realista ou estou sendo arrojado demais? Tenho os recursos e o apoio necessários para de fato concretizar o que estou me propondo? Me sinto confiante de que isso é possível?
Além de tudo isso – vejam que o processo não é tão simples! -, tenho ciência da motivação por trás da mudança, isto é, daquilo que eu no fundo espero obter caso consiga mudar? Porque se minha expectativa é muito alta, ou se estou esperando algo que não necessariamente está sob meu controle, posso me frustrar e a mudança não será sustentada nem mesmo até o carnaval! Um exemplo clássico: se eu decido que faz sentido para mim trocar o lanche da tarde de segunda à sexta de salgado da padaria para uma porção de fruta que vou levar de casa com o intuito de emagrecer, pode ser que eu me frustre, pois não tenho como garantir que minha meta – por mais específica, mensurável e realista que seja – resulte necessariamente em emagrecimento! Perder peso é um processo complexo que envolve inúmeros fatores, e eu não tenho controle ou domínio sobre todos eles! Agora, se na minha mente eu entendo que quero comer a fruta de lanche como forma de autocuidado, de me sentir menos empachada, de ajudar meu intestino a funcionar melhor, provavelmente a meta terá mais chance de sucesso.
Uma última sugestão? Tente fazer escolhas que valorizem o autocuidado e a gentileza consigo mesmo. Evite escolher metas que reforcem uma postura muito dura, crítica e julgadora. O mundo – e você! – provavelmente não precisam mais disso. Ninguém gosta de se sentir um lixo, de se sentir incapaz.
Bom ano a todos!