Por Marcela Kotait, Nutricionista
Muito falamos sobre compulsão alimentar e sua definição correta, já que hoje em dia muita gente se confunde e acha que é um episódio de compulsão alimentar quando vai a uma festa e come um pedaço de bolo e brigadeiro.
O episódio de compulsão envolve a ingestão de uma quantidade grande de comida, maior que uma pessoa nas mesmas condições conseguiria comer, além de acontecer em um intervalo de tempo curto, com sensação de perda de controle, e é acompanhado de culpa e vergonha.
É sabido que obesos sofrem mais com compulsões, mas isso não torna as coisas mais simples. Se uma pessoa com compulsão alimentar não for corretamente tratada, pode agravar os sintomas e cronificar a doença. E, algo tão ou mais importante que isso, pode reforçar estigmas e esteriótipos para quem busca ajuda.
Atendimentos para perda de peso, baseados em dietas restritivas não funcionam, como já dissemos aqui diversas vezes, mas no caso de indivíduos com compulsão eles são mais que ineficazes, são contra indicados!
A falta de expertise no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar pode agravar o quadro. O tratamentoé sério e deve ser feito com auxílio de nutricionista, psicólogo e psiquiatra especialistas em Transtornos Alimentares.
O tratamento auxilia na reconexão com os sinais internos de fome e saciedade, perdidos nos transtornos alimentares. Ajuda a recuperar a paz na hora de se alimentar. Ajuda a separar as emoções da comida, além de valorizar o prazer em comer… afinal, comer um pedaço de bolo e um brigadeiro em uma festa é comer de maneira saudável.