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Sobre rugas


Por Ana Carolina Pereira Costa, nutricionista

A antropóloga Miriam Goldenberg acabou de lançar seu livro “A bela velhice“, em que conta como os idosos de hoje estão vivendo com mais intensidade, aproveitando esse momento belo da vida para se libertarem das convenções sociais e fazerem o que de fato desdejam. Mas será mesmo?

Um estudo recente trouxe dados alarmantes. Já é fato conhecido que a insatisfação corporal atinge homens e mulheres de diversas idades e está correlacionada com episódios de comer emocional, sintomas de transtorno alimentar, baixa autoestima, redução na prática de atividade física, ganho de peso (sim, estar insatisfeito com seu corpo hoje aumenta o risco de você ganhar peso futuramente!)… Mas o dado novo que o estudo trouxe é o seguinte: em mulheres, a preocupação excessiva com a velhice (expressa por meio do “old talk”, ou seja, comentários negativos a respeito de estar ficando velha: “olha essas rugas horríveis”, “credo, como estou com cara de velha!”) está correlacionada com distúrbios de imagem corporal (insatisfação e depreciação corporal, por exemplo) e sintomas de transtorno alimentar.

Ou seja: se já não era perverso o suficiente massacrar as mulheres por não serem magras/definidas, agora é preciso também ser jovem. Para sempre.

O grande “problema” é que isso é impossível. E graças a Deus! Envelhecer é sinônimo de maturidade, liberdade, memórias… Envelhecer significa ser grato pela vida bem vivida. Ou não, caso você tenha perdido boa parte dela se preocupando e se odiando por não conseguir agradar a todos, ter um corpo perfeito, uma pele jovial, ser uma profissional impecável, uma mãe hiper dedicada…



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