Por Paula Costa Teixeira, profissional de educação física
É muito comum a segunda-feira ser o dia de retomar a lista de alimentos permitidos e proibidos e praticar exercício para compensar a permissão alimentar do final de semana. Exercício e dieta costumam conviver juntos na vida de muitas pessoas.
Se o que e quando comer ou como se exercitar determinam as suas escolhas (tanto para a sua vida quanto para decidir uma conduta com o seu paciente), significa que a sua motivação é extrínseca.
A motivação pode ser definida como um impulso que move você a realizar uma ação. Portanto, a motivação é um componente interno, pois o ato de fazer ou não fazer algo depende exclusivamente de você. Por isso, o profissional que quer motivar seu paciente nem sempre obtém sucesso. A decisão de seguir a orientação profissional está na mão do paciente.
O paciente já sabe tudo o que é necessário para ter saúde, a questão é que alguns comportamentos adequados para a saúde nem sempre se torna um hábito. E também, para alguns, o comportamento até já se tornou um hábito, porém é motivado exclusivamente por um resultado, como por exemplo, um determinado peso corporal. Nesses casos, a motivação pode estar no campo da obrigação, da compensação e/ou do alívio de um sentimento de culpa.
Se a ação de comer e se exercitar são toleráveis apenas visando um resultado, é bem provável que esse comportamento não promoverá uma saúde plena. Se manter em dieta e se exercitar por obrigação não são comportamentos plenamente saudáveis. Tolerar a comida e o exercício significam saúde para você?
A conexão com o corpo será plena quando o comportamento surge por uma motivação intrínseca, ou seja, quando existe um significado que vai além de um resultado, quando a ação permite o contato com o que está acontecendo agora e com a percepção dos sentimentos, das emoções e dos 5 sentidos ? tato, olfato, visão, audição, paladar. Esse caminho pode transformar o sentimento de tolerar por desfrutar. Isso torna a vida mais leve, divertida e prazerosa.
Viver no momento presente é se permitir curtir o agora. O ato de comer e se exercitar respeitando os sinais do corpo é construir um caminho de conexão de dentro para fora, uma motivação intrínseca, logo, intuitiva.
Por isso, quando o profissional opta por ser um facilitador, um agente que oferece auxílio para que o paciente identifique suas dificuldades e as motivações que determinam suas escolhas, o trabalho pode ser mais fluido e menos árduo.
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