Por Maria Luiza Petty, nutricionista
No blog do GENTA você certamente já leu a respeito de algum transtorno alimentar clássico, como anorexia e bulimia nervosas, ou transtorno da compulsão alimentar.
Além destes quadros, no último Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM V, houve a inclusão e caracterização do TARE ? Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo. Trata-se de um distúrbio caracterizado por persistentes pertubações alimentares que levam a um aporte nutricional e energético insuficientes.
Essas perturbações são caracterizadas por intensa falta de interesse pela alimentação e comida, evitação alimentar baseada nas características sensoriais dos alimentos e/ou preocupação em relação às consequências aversivas produzidas pela alimentação. Associadas a isso, o diagnóstico de TARE é concluído se o indivíduo apresentar prejuízos nutricionais ou necessidade de suplementação e/ou consequências psicossociais.
Diferentemente da anorexia e bulimia nervosas, nos indivíduos com TARE as alterações alimentares não são influenciadas pela insatisfação corporal. Esta condição também não está associada à falta de acesso à comida ou a alguma doença orgânica ou mental que afetem a alimentação.
O que então pode levar um individuo não querer comer ou não gostar de comer quase nada?
Ainda não se sabe ao certo, mas como sempre comentamos neste blog, a alimentação é um ato extremamente complexo, influenciado por características biológicas, sociais, culturais e emocionais. Então, mais importante que saber a causa, é indispensável que nós, profissionais que lidam com a alimentação humana, não esqueçamos de todos estes aspectos na hora em que nos propusermos a ajudar alguém com dificuldades para comer.